Vet Responde: Doutor, meu Pet pode viajar com a MooviPet?

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Fazer viagens longas pode trazer algumas complicações, dependendo do estado de saúde de seu Pet.

Veja quando é indicado evitar essas viagens para ajudar a escolher a forma mais segura para que seu melhor amigo possa chegar ao seu destino.

Para alguns animais uma longa viagem é sinônimo de angústia e desconforto.

A necessidade de chegar em uma outra cidade, seja pela necessidade de mudança ou para aproveitar as férias de final de ano deve ser planejada e um ponto importante que deve ser considerado neste planejamento é o tempo de duração nas estradas.

Além da ansiedade de separação por estar distante de seu lar e das pessoas de seu convívio, viajar por horas pode ter um impacto mais relevante na saúde dos animais, principalmente para aqueles que possam apresentar maior risco, como os idosos, por exemplo.

Não é tão comum ouvir relatos de animais que se sentiram mal ou até que sofreram algum problema de saúde mais grave nas viagens rodoviárias operadas com a MooviPet, mas o risco existe.

O Centro de Operações da MooviPet afirma que ocorre em média uma emergência médica a cada 1000 viagens, o que corresponde a 1 necessidade de atendimento médico presencial a cada 20.000 animais transportados.

A grande maioria dos incidentes ocorre porque as informações sobre as condições de saúde do animal não foram passadas pelo tutor por ocasião das reservas, muitas vezes, porque nem ele mesmo tinha ciência.

Entretanto, disfunções cardiovasculares por exemplo, como diversas outras doenças, incluindo as de caráter silencioso, podem ser acentuadas durante as viagens e a atenção à saúde deve ser redobrada entre aqueles que já possuam alguma enfermidade ou que tenham predisposição a desenvolvê-la.

Todos os anos, cerca de 1 milhão de animais fazem viagens interestaduais e esse número tem uma tendência de aumento para os próximos anos.

Com isso, cada vez mais os tutores buscam empresas confiáveis que tenham a capacidade para definir, de acordo com as características de seu animal de estimação, a forma mais segura para viajar e as precauções que devem tomar para evitar situações adversas.

O estresse das viagens

Viagens rodoviárias, no geral, causam estresse nos animais, mesmo as feitas pela MooviPet, que priorizam a segurança, o conforto e a saúde deles.

Mesmo animais saudáveis, sociáveis e acostumados com viagens de carro podem apresentar elevação de estresse e ansiedade.

Fatores como a ansiedade de separação e a falta de adaptação a acomodação também contribuem para o aumento do estresse, em detrimento das medidas adotadas para garantir mais conforto e segurança nas viagens.

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PetBus: o principal veículo da MooviPet e suas tecnologias. (Imagem: Arquivo da MooviPet)

Conheça as principais condições, doenças e transtornos que devem ser levadas em consideração, antes de pensar em embarcar seu pet em uma viagem.

Doenças

Displasia coxofemoral canina e o que causa

O principal aspecto causador da displasia coxofemoral nos cães é o genético.

Por isso, é recomendado que machos e fêmeas que já tiveram a condição não se reproduzam para diminuir as chances dos filhotes também serem predispostos a isso.

A condição é mais comum em cachorros de raças grandes e gigantes, mas os pequenos e médios não estão 100% livres de se tornarem displásicos.

Mesmo que a hereditariedade seja a principal causa da doença, existem outros fatores que também podem fazer seu cão desenvolver a displasia de quadril.

Por isso, vale a pena ficar atento a esses pontos no dia a dia dos animais, principalmente durante as viagens.

Doenças infecciosas

Viagens rodoviárias são contra indicadas para animais com infecções ativas, porque podem alterar as respostas fisiológicas durante as viagens.

Animais com infecções contagiosas não devem embarcar, pois pode ocorrer agravamento dos sintomas, complicações durante e depois da viagem, além do risco de disseminação da doença entre os outros animais.

Quadros graves, instáveis ou de hospitalização recente também são incapacitantes para as viagens.

Doença do carrapato

A doença do carrapato é uma infecção grave e que pode levar à morte.

Ela é causada por hemoparasitas que se encontram dentro do carrapato infectado, e seu diagnóstico se dá através do exame clínico e de exames laboratoriais.

Os sintomas são frequentemente confundidos pelo tutor, pois ele acredita que o animal está apenas tristonho ou depressivo.

Porém, muitas vezes, isso já é um sinal de que seu animal pode estar doente.

Apatia e prostração em pets normalmente são sinais clínicos importantes, e que não devem ser negligenciados.

Se o seu animal estiver apático ou prostrado, ele não deverá viajar até que se descubra a causa do problema.

Se você já encontrou carrapatos no seu animal em algum momento da vida, você deve levá-lo ao veterinário para saber se está tudo bem, e seguir o acompanhamento que lhe for recomendado.

Se o seu animal já teve a doença do carrapato, normalmente o seu veterinário irá lhe pedir que faça periodicamente exames de sangue, para monitorar a doença.

Essa recomendação deverá ser cumprida à risca, a fim de garantir a saúde, segurança e longevidade do seu pet. Sem esse acompanhamento o embarque NÃO é recomendado.

Use SEMPRE um bom anti pulga e carrapato no seu animal, seguindo sempre as recomendações de intervalo preconizadas em bula, e indicadas pelo seu veterinário.

Essa medicação deve estar sempre em dia, e principalmente quando o seu animal for viajar com a Moovipet.

Doença renal crônica

A doença renal crônica (DRC) é uma das patologias mais frequentes da medicina veterinária, principalmente em animais idosos, onde há naturalmente um declínio da função renal.

Consiste em uma lesão renal e geralmente perda progressiva e irreversível da função dos rins.

Essa doença pode cursar de forma silenciosa por um longo período, sem que o animal apresente qualquer sintoma clínico, e só aparecer em exames laboratoriais bioquímicos (exame de sangue) após 75% de comprometimento da função renal de ambos os rins.

É bastante comum, na clínica de cães e gatos, principalmente em animais idosos, o tutor achar que está tudo bem e dizer: “o meu animal é muito saudável e não tem nenhum problema de saúde”, mas quando solicitados alguns exames de sangue, não é raro encontrar algum tipo de disfunção, nos mais variados graus, sendo a DRC uma das mais comuns, como já dito na introdução.

Portanto, é bastante razoável que, a partir dos 7 anos de idade, aproximadamente, você comece a levar o seu animal ao menos uma vez por ano no seu veterinário, mesmo que ele não esteja apresentando nenhuma alteração clínica.

Essas consultas servirão como um check-up e eventualmente incluirão algum exame de sangue. Se você for viajar com o seu animal de mais de 7 anos, principalmente em viagens longas, é EXTREMAMENTE recomendável que você tenha esse check-up completo em mãos.

Doenças cardiovasculares

Aqueles animais acometidos de complicações cardiovasculares, assim como na determinação de um risco cirúrgico, também têm maiores chances de apresentar algum problema no decorrer da viagem.

É importante que seu animal, principalmente se já tiver um diagnóstico de doença cardiovascular, esteja tomando corretamente as medicações que foram prescritas pelo seu cardiologista veterinário, e esteja com o seu quadro devidamente compensado, reduzindo assim os riscos durante a viagem.

É importante ressaltar que a maioria das medicações prescritas para cardiopatas são medicações de uso regular, e normalmente diário.

Portanto, seu animal deverá viajar com todas as medicações prescritas, em quantidade suficiente para suprir todo o tempo de viagem, viabilizando assim a continuidade do tratamento durante todo o trajeto.

Conheça as principais doenças cardiovasculares que podem trazer complicações para seu melhor amigo durante as viagens

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

De maneira geral, a insuficiência cardíaca congestiva se caracteriza pela perda de capacidade do coração bombear a quantidade necessária de sangue para a realização plena das atividades do organismo do pet.

“Essa doença costuma formar edemas, principalmente, nas patas. Quando atinge os pulmões, os principais sintomas são o cansaço e a tosse. Um outro sinal da enfermidade é o surgimento da ascite — que se caracteriza pelo acúmulo de líquido na cavidade abdominal”.

Explica Juliana Germano.

O tratamento dessa doença baseia-se no acompanhamento e administração de medicamentos.

Cardiomiopatias dilatada e hipertrófica

Essa enfermidade se caracteriza pelo engrossamento (dilatada) ou afinamento do músculo cardíaco – miocárdio – dos pets, causando o enfraquecimento e dificultando a contração desse músculo.

Em casos mais graves, pode levar à insuficiência cardíaca.

“A cardiomiopatia pode acometer cães e gatos. Cães de raças grandes, como dogue alemão e labrador estão mais sujeitas à forma dilatada. No caso dos felinos, a doença aparece na forma hipertrófica, sendo as raças maine coon e persa as mais suscetíveis”.

Explica a médica veterinária.

Valvulopatias

Essa enfermidade é mais comum em cães, principalmente, os de pequeno porte, como pinscher, maltês, yorkshire e poodle.

“Essas doenças são diagnosticadas nas consultas de rotina como ‘sopro’ e são caracterizadas por falhas anatômicas nas valvas, que alteram o fluxo na passagem de sangue, podendo, em casos graves, levar à insuficiência cardíaca ou outras complicações”.

Diz a profissional.

Nesses casos, o tratamento consiste na administração de medicamentos, que melhoram o funcionamento do coração e reduzem os sintomas.

Dirofilariose

Caracterizada pela presença de parasitas, segundo a médica veterinária, essa doença pode afetar a função do coração dos pets.

É ocasionada por um verme nematóide chamado Dirofilaria immitis, popularmente conhecido como verme do coração.

Ele se aloja dentro do coração do pet, comprometendo, na maioria dos casos, o funcionamento cardíaco do animal. Pode acometer cães e gatos, sendo porém, muito mais comum em cães.

Essa doença é transmitida por mosquitos, sendo mais comum em cidades litorâneas, onde há maior incidência de insetos transmissores.

A prevenção e tratamento se dá pela administração regular de medicamentos específicos.

Em algumas situações, que irão variar de acordo com as comorbidades, grau de severidade das mesmas, e que envolvem cuidados especiais ou muito constantes com os pets, a indicação para o mesmo poderá ser a de viajar na modalidade exclusiva, por se tratar de uma modalidade onde é possível acompanhar mais de perto os sintomas, reduzir os riscos, e fazer um monitoramento mais específico.

Maior controle do estresse, temperatura, frequência de hidratação e alimentação, administração de medicamentos, dentre outros benefícios.

Transtornos de comportamento

Conheça os principais transtornos de comportamento que devem ser levados em consideração, antes de embarcar seu pet em uma viagem.

Problemas emocionais

Animais com problemas emocionais, cujo comportamento seja imprevisível, agressivo ou não seguro, não devem viajar na modalidade rodoviária.

Epilepsia

A maioria dos epilépticos podem viajar, desde que estejam utilizando as medicações corretas, e estejam com seus episódios convulsivos controlados.

Aqueles com crises frequentes devem viajar na modalidade exclusiva e estarem cientes dos fatores desencadeantes que podem ocorrer durante a viagem: fadiga, refeições irregulares, hipóxia e alteração do ritmo circadiano, dentre outros.

Recomenda-se que o animal esteja há pelo menos 6 meses sem crises, antes de viajar.

Como no caso dos cardiopatas, as medicações normalmente são de uso regular e devem ser enviadas junto com o animal, para que sejam administradas durante o percurso.

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Observações Gerais

Medicação

Recomenda-se levar a medicação prescrita pelo médico veterinário em quantidade suficiente para ser utilizada durante toda a viagem. Na dúvida, envie sempre um pouco a mais.

Os remédios devem estar sempre à mão, sempre acompanhados pela receita do médico veterinário, com as dosagens e os horários que devem ser administrados.

Enjoos

Os animais mais susceptíveis a terem enjoo durante a viagem são aqueles que já apresentaram o quadro quando viajaram de ônibus, carro ou navio, ou que já apresentam quadros de enjôo espontaneamente, nos passeios na rua ou no conforto de casa.

Como medida preventiva, deve-se evitar a ingestão excessiva de líquidos e alimentos, evitar comida gordurosa e condimentos que podem facilitar a ocorrência deste enjôo.

Recomenda-se também, como medida de precaução, que utilizem as acomodações mais próximas da cabine dos motoristas por ser o local com menos oscilação e, por conseguinte, menos propenso a induzir náuseas e vômitos.

Procurar assistência e/ou orientação médica antes do embarque, caso o animal apresente:

  1. Apatia, prostração, falta de apetite ou qualquer comportamento atípico;
  2. Febre, tremores, ou havendo ainda piora progressiva de qualquer episódio;
  3. Sangue ou muco nas fezes;
  4. Vômitos ou diarréia;
  5. Sintomas persistentes após uso de medicamentos sintomáticos; e/ou
  6. Tosse, dispnéia (falta de ar), espirros frequentes.

Marque um amigo que precisa viajar com seu filho de quatro patas para ver estas recomendações importantes.

Leonardo Rossini
Médico Veterinário Responsável Técnico da MooviPet, Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Pós Graduado em Clínica Médica e Cirúrgica de Cães e Gatos pelo Instituto Qualittas de Pós Graduação Veterinária.